PDT pune deputados que votaram contra Dilma

Na última segunda-feira (30), a secretária-geral do PDT-DF, Eroídes Lessa, e os integrantes do corpo jurídico da Executiva distrital, Marcos Ribeiro e Ian Dias, respectivamente presidente e vice-presidente do Comitê de Ética Nacional do PDT, apresentaram para o Diretório Nacional, o parecer da Comissão, referente aos deputados federais que contrariaram a orientação da Executiva Nacional votando a favor do impeachment de Dilma Roussef.
Dos seis deputados, dois presidentes estaduais eleitos foram afastados da direção do PDT, no Espírito Santo e em Goiás, outros dois – presidentes de comissões provisórias, em Minas Gerais e Amazonas–, também foram afastados da direção estadual, além de serem suspensos dos quadros partidários pelo prazo de 40 dias.
A punição mais grave foi a aplicada ao deputado Giovani Cherini, que não só votou como fez campanha a favor do impechment, e, por isso, foi punido com a expulsão da legenda – embora seja o deputado federal mais votado do Rio Grande do Sul e estivesse há 28 anos no partido, pelo qual se elegeu deputado estadual em mais de uma oportunidade e também deputado federal.
Os outros parlamentares punidos foram Sérgio Vidigal (ES), Flávia Morais (GO), Hissa Abrahão (AM), Mário Heringer (MG) e Subtenente Gonzaga (MG) que foram suspensos por 40 dias e perderam cargos na direção do partido e nas comissões temáticas da Câmara dos Deputados, nas quais são indicados pelo partido.
Os diretórios estaduais eleitos que tiveram seus titulares afastados, Espírito Santo e Goiás, serão comandados por interventores indicados pela Direção Nacional. Nos diretórios estaduais, a cargo de comissões provisórias (Minas e Amazonas), a direção nacional já providenciou o afastamento das antigas direções e designou novos titulares para essas comissões – em Minas, a militante Sirley e, no Amazonas, o ex-presidente Stones.
As votações das punições foram feitas de forma individual, caso a caso, mediante apresentação dos pareceres produzidos pelos membros da Comissão de Ética que avaliaram, caso a caso, a situação de cada deputado. Nesse sentido, as penas foram aplicadas de forma gradual, como prevê o estatuto do partido, nos casos em que o parlamentar não cumpre as determinações coletivas da direção do partido.
Em relação às próximas eleições – os parlamentares punidos com penas de suspensão de 40 dias de suas atividades partidárias, só poderão concorrer a cargos eletivos com a expressa permissão da direção nacional do partido.
De acordo com o Comitê de Ética do PDT, a expulsão de Cherini – único dos seis parlamentares que não se apresentou perante o Comitê para prestar esclarecimentos – deve-se à suas manifestações explícitas dele contra a orientação da direção do PDT, antes, durante e depois o processo de impeachment na Câmara dos Deputados.
De acordo com os levantamentos, Cherini não apenas votou contra, como tentou cooptar votos contra a presidente Dilma via conversas com seus colegas deputados, entrevistas para a mídia e também manifestações via redes sociais. Cherini também atacou publicamente a decisão da direção do partido de apoiar Dilma.
A Comissão de Ética do partido decidiu também, junto com a Executiva do partido, suspender a punição aos senadores que votaram pelo impeachment, Acyr Gurcagz e Lasier Martins, levando em conta que o Senado ainda vai julgar o mérito do impeachment de Dilma e os votos ainda podem ser revertidos a favor da presidente temporariamente afastada.